sexta-feira, 15 de julho de 2011

PRB pede investigação do Ministério Público contra Ricardo Teixeira

O PRB (Partido Republicano Brasileiro) pediu nesta quinta-feira (14) que o Ministério Público da União inicie investigação civil e criminal contra o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, por suposto enriquecimento ilícito e recebimento de propina junto com outros dirigentes da Fifa.

O autor da representação, o presidente do PRB, Marcos Pereira, diz que o objetivo é, "no mínimo", afastar Teixeira das decisões sobre os investimentos para a Copa em obras de infraestrutura e nos estádios, que contam com dinheiro público.

- Nós queremos que a sociedade brasileira, o telespectador, o torcedor e o brasileiro sejam protegidos das ações de pessoas como essa, que continuam se beneficiando do cargo que têm em detrimento do interesse e do dinheiro público.

Como presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, Teixeira pode interferir na aplicação de recursos públicos, como ocorreu na escolha do estádio do Corinthians, o Itaquerão, para receber os jogos em São Paulo. Segundo a representação, a construção deverá custar cerca de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 820 milhões virão de impostos pagos pelo contribuinte. O dinheiro público envolve R$ 420 milhões em incentivos fiscais da prefeitura de São Paulo e R$ 400 milhões de empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A representação, endereçada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, menciona as diversas denúncias veiculadas pela TV Record que mostram que o patrimônio de Teixeira é incompatível com seu salário na CBF, estimado entre R$ 70 mil e R$ 80 mil.

As reportagens, que foram desde junho, mostram mansões de Teixeira em Búzios e Intanhangá (RJ), e na Flórida (Estados Unidos), além de uma fazenda de gado em Piraí (RJ).

A série revela que a riqueza de Teixeira indica possível relação com uma investigação internacional, feita pela TV britânica BBC, que aponta que o cartola teria recebido propinas que somam quase R$ 15 milhões (US$ 9,5 milhões). Os depósitos, 21 no total, ocorreriam desde o início dos anos 90 e viriam da empresa de marketing esportivo ISL, em troca do direito de transmissão dos jogos e dos contratos de patrocínio para as Copas do Mundo.

Ainda segundo a BBC, o dinheiro era depositado na Sanud, empresa sediada no paraíso fiscal de Lichtenstein, na Europa, que é ligada à RLJ, instalada no Rio e que tem como sócio o próprio Teixeira. Há cerca de dez anos, o Congresso abriu duas CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) envolvendo as empresas em 13 crimes, entre eles lavagem de dinheiro.

O documento ainda cita recente reportagem da revista Piauí que mostra o poder de Teixeira no futebol brasileiro. Segundo texto, é ele quem "combina o valor de jogo da seleção, decide quem vai transmiti-lo e negocia quem vai patrociná-lo".

Ao final da representação, o PRB alerta para o risco de deixar Teixeira à frente das decisões sobre a Copa.

"São inúmeros os fatos que revelam a sobreposição constante dos interesses pessoais de Ricardo Teixeira em relação a qualquer interesse coletivo atrelado à correta aplicação do dinheiro público no evento esportivo em questão."

"Todos esses fatos merecem a apuração de possíveis irregularidades praticadas por todos os envolvidos, especialmente Ricardo Teixeira e suas empresas."

Procurado, o assessor de imprensa de Teixeira, Rodrigo Paiva, não respondeu às ligações da reportagem.

(Fonte: R7.com)


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